Panfleto distribuído na assembleia geral das/os professoras/es dia 05/06/2025
Grupo Libertação Popular / Coletivo de Base – SEEDF

As professoras e professores do DF estão iniciando um movimento histórico de resistência, após meses de enrolação do GDF e da própria diretoria do Sinpro (PT e PCdoB), a greve foi aprovada como a um tsunami que já era impossível impedir, um grito de “Já Basta!” após tantos anos de sucateamento da Educação e das condições de trabalho, de arrocho salarial e tantos retrocessos. Agora é hora de massificar e radicalizar nosso movimento, não aceitar qualquer migalha do governo, não cair em manipulações da atual diretoria do Sinpro, levar a greve até a vitória! Mas para isso precisamos basear nosso movimento em três pilares: 1) poder da base; 2) ação direta; 3) ruptura com o corporativismo.
Maioria da base no comando de greve e na comissão de negociação! Democracia real nas assembleias, já!
Falar de “unidade” e “democracia” é fácil, mais difícil é praticá-la, especialmente quando começam a surgir as divergências no movimento. O clima de luta e união dos inícios de greve devem ser estimulados, mas seguimos vigilantes, não temos ilusões: a atual diretoria do Sinpro continua manipulando as assembleias, fazendo negociações às portas fechadas e mantendo seu controle “paternal-autoritário” sobre o Comando de Greve. As propostas da oposição Alternativa para a democrtização das instâncias têm sido sistematicamente ignoradas e silenciadas. Para nós a unidade e mobilização da categoria se forjam com democracia real. A construção de um Poder da Base nas nossas instâncias do movimento é o que garantirá que os rumos tomados refletirão de fato a vontade da categoria e não serão um fruto de manipulações e conchavos da diretoria.
Massificar e radicalizar a greve! Construir um Dia de Paralisação Geral com uma grande Marcha contra a política neoliberal e repressiva do Governo Ibaneis!
Massificar e radicalizar a greve serão fundamentais para criar força real de pressão sobre o governo. Devemos nos guiar pela ação direta: fechamento de ruas, ocupação de órgãos públicos, piquetes, etc. Além disso, nós professores trabalhamos em centenas de escolas, no campo e na cidade, em contato com uma comunidade escolar trabalhadora gigatesca! Mais importante que apelos restritos à Centrais já desmoralizadas e burocratizadas (como CUT e CTB) é a nossa articulação junto às comunidades escolares, aos sindicatos de base (como os funcionários da UnB em greve, dentre outros) e aos movimentos populares. Por isso propomos que, além das ações específicas da nossa greve, o Comando de Greve convoque um Fórum de Luta aberto à todas as organizações sindicais, populares e políticas para construir um Dia de Paralisação Geral no DF acompanhado por uma grande Marcha da classe trabalhadora contra a política neoliberal e repressiva do Governo Ibaneis (MDB).
Professores em contrato temporário, sua luta é a chave para desarticular o projeto de precarização do trabalho!
Há alguns anos o número de professores em contratos temporários superam o de efetivos. Além da precarização da educação e das condições de trabalho, o efeito se faz sentir na maior perseguição e assédios antissindicais por parte de direções escolares e do governo. No entanto, a presença de professores temporários na luta e na organização da categoria é cada vez maior. O fato é que essa maioria sequer é beneficiada com muitos dos direitos do nosso plano de carreira. É uma situação absurda de precarização! Se queremos construir alguma unidade real a maioria da categoria não pode ficar para trás, eles são o setor mais explorado e com maior potencial de luta. As pautas dos temporários devem estar em primeiro plano, ao lado das demais. Por isso exigimos: quem realiza o mesmo trabalho deve ter os mesmos direitos e o mesmo salário, ou seja, isonomia de direitos entre efetivos e temporários! Convocação de todos os aprovados! Realização de um novo concurso! Além disso, devemos avançar também para a luta estratégica e nacional em defesa da incorporação dos temporários ao quadro efetivo sem necessidade de novo concurso.
Lutar não é crime! Impulsionar a solidariedade de classe e a construção de um verdadeiro Fundo de Greve!
Antes mesmo da greve começar o Governo Ibaneis (MDB), juntamente com a Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, acionaram a justiça para criminalizar o movimento de várias formas. Isso não é um caso isolado, existe uma ofensiva burguesa (em escala nacional e em esferas legais e ilegais) de criminalização e de repressão aos movimentos sindicais e populares. Uma marca do Governo Ibaneis é a repressão aos ambulantes, às lutas por terra e moradia e aos movimentos sindicais. A resposta do movimento não pode ser o acovardamento ou o cada um por si! Agora é a hora de aumentar a resistência e a solidariedade de classe, derrotando a política repressiva e neoliberal de Ibaneis e do Judiciário!
Além disso, ser responsável com a vitória da nossa luta significa se prepar com coragem para o pior, sem recuar! Os fundos de greve surgiram historicamente para garantir os meios de subsistência básicos dos trabalhadores na luta contra patrões e governos, e foram responsáveis por importantes vitórias coletivas! A diretoria do Sinpro diz que tem um fundo de greve mas não debate nem politiza sobre a sua real função. Diante do cenário atual, a política para o fundo de greve deve ser debatida imediatamente!
Junte-se ao Grupo Libertação Popular!
Por um sindicalismo classista e combativo!
O Grupo Libertação Popular (GLP) é uma organização que surgiu em maio de 2024 com militantes do movimento sindical e popular insatisfeitos com a política governista, burocrática e burguesa das principais organizações da esquerda (PT, PCdoB, CUT, UNE, etc.). Frente às Centrais e Partidos ajoelhados e incapazes de resistir por causa dos seus compromissos eleitoreiros e governamentais. Acovardados pela eterna chantagem da “volta da direita”. Cada vez mais elitizados e afastados da massa trabalhadora e setores estratégicos do povo. Nós decidimos romper com essa visão e construir uma nova via socialista revolucionária, não eleitoral, de militantes comprometidos com a causa do povo, que defendem a reorganização da classe trabalhadora com independência de classe, ação direta e poder popular.
Se você, trabalhador da educação, tem concordância com nossas análises, princípios e quer lutar pelos direitos do povo e pela revolução, junte-se ao GLP!
SEM LUTA NÃO HÁ CONQUISTAS!