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A Luta dos Ambulantes em Goiânia: O Trabalho Criminalizado e a Urgência da União Popular
Pró-frente de ambulantes e trabalhadores de comercio de rua de Goiânia
A cidade de Goiânia, como tantas outras do Brasil, reflete as feridas abertas pela engrenagem neoliberal. Empurrados para fora das fábricas e do comércio formal, milhares de trabalhadores e trabalhadoras buscam na rua seu sustento: seja vendendo pão de queijo, roupas ou artesanato. Segundo o IBGE, mais de 40% da força de trabalho brasileira já está na informalidade, fruto direto da precarização promovida pelos governos a serviço do grande capital.
O sistema chama esses trabalhadores de “empreendedores”. Mas que tipo de empreendedorismo é esse que enfrenta todos os dias o desprezo do poder público, a repressão policial e o isolamento social? Em vez de apoio, encontram cassetetes, multas, apreensão de mercadorias e a invisibilidade.
Em Goiânia, a gestão de Sandro Mabel, do União Brasil, empresário da FIEG, expõe com clareza essa política de exclusão. Ambulantes estão sendo expulsos de áreas como a Região da 44 — polo têxtil popular —, do entorno do Zoológico e de praças públicas, onde tentam sobreviver. A ordem é limpar a cidade dos pobres para agradar aos grandes lojistas e empresários.

Sem ter para onde ir, muitos ambulantes buscam refúgio em feiras e eventos. Mas aí enfrentam outro drama: a divisão entre trabalhadores. Feirantes, também oprimidos por taxas abusivas e pela negligência do poder público, veem os ambulantes como inimigos. Quando, na verdade, o inimigo é outro: o Estado a serviço do capital.
A luta por banheiros, estacionamento, carga e descarga, e licenças mais justas é a mesma luta. Ambulantes e feirantes precisam compreender que só unidos podem construir uma rede de apoio mútuo, uma frente comum pela dignidade no trabalho.
O Grupo Libertação popular defende a formação de uma frente de ambulantes e trabalhadores de comércio de rua. Não para pedir esmolas aos governos, mas para exigir, na ação direta e na solidariedade, o direito básico: trabalhar sem perseguição para sustentar sua família.
Que ninguém se engane: enquanto estivermos divididos, o grande capital e seus gestores seguirão vencendo. Só a união dos de baixo pode garantir liberdade, pão e dignidade.
Contra a polarização dos Ricos é necessário a união dos baixo
Nos últimos anos, o Brasil ficou dividido entre dois lados: de um lado, os que defendem o Bolsonaro; do outro, os que defendem o Lula. Essa briga, que parece sem fim, tomou conta das redes sociais, das conversas nas ruas e até das famílias. Parente brigando com parente, amizade acabando, mas… e o povo, está ganhando o quê com isso?
A verdade é que, enquanto os de cima brigam, os de baixo continuam sofrendo. Os ricos, de um lado e de outro, seguem bem: grandes empresários, banqueiros, políticos, pastores milionários, artistas famosos, donos de lojas e canais de TV. Eles sempre dão um jeitinho de se beneficiar. E nós, trabalhadores? Continuamos com salário baixo, sem saúde decente, sem educação de qualidade, com o custo de vida nas alturas.

Essa polarização — essa briga entre “esquerda” e “direita” — não serve para o povo. Ela serve para dividir a gente, enquanto os ricos seguem mandando. Já está mais do que claro: seja com Lula, seja com Bolsonaro, a vida do povo só tem piorado. E quem trabalha pesado, pega ônibus lotado, mora em bairro esquecido e vive com salário apertado, sabe bem disso.
É hora de acordar! O povo precisa de um projeto próprio, que não fique correndo atrás de político de estimação. Precisamos lutar por melhores salários, saúde, moradia, educação e dignidade. E isso só vai acontecer com a união dos de baixo, com o povo se organizando e lutando junto, lado a lado, com solidariedade e coragem. Não vamos cair mais na armadilha de escolher entre dois lados que só pensam nos ricos. Nossa luta tem que ser por nós mesmos! Só o povo pode salvar o povo!
Caixa de resistência: quando o povo ajuda o povo!
A vida dos trabalhadores pobres está cada vez mais difícil. Tudo está caro, o aluguel sobe, a comida falta, o desemprego aumenta e o salário não dá pra nada. E o que dizem pra gente? Que a solução é individual: “cada um por si”, “faça seu próprio sucesso”, “se vira”. Essa é a mentira que o sistema capitalista vende. Um sistema que joga o povo na miséria e depois diz que é culpa nossa.
Mas nós sabemos que o povo trabalhador não é fraco. O problema não é preguiça ou falta de fé. O problema é o sistema que enriquece os patrões e joga a conta nas costas de quem trabalha duro todos os dias. Por isso, contra esse individualismo do capitalismo, a nossa resposta precisa ser a solidariedade entre trabalhadores!
Pensando nisso, a Frente dos Ambulantes e Trabalhadores de Rua está construindo um Caixa de Resistência Solidário. Mas o que é isso?
O Caixa de Resistência vem da história do movimento operário, desde o tempo em que os trabalhadores se uniam para ajudar uns aos outros nas greves ou nas horas de necessidade. É como uma caixinha coletiva, feita com pequenas contribuições, onde o dinheiro é guardado para ajudar quem mais precisa naquele momento.
Na nossa realidade, o Caixa de Resistência pode servir para:
- Comprar mercadoria para um companheiro começar a vender e ganhar seu sustento;
- Ajudar alguém a pagar um aluguel ou evitar um despejo;
- Dar suporte em caso de emergência médica ou familiar;
- Apoiar nossos projetos coletivos, como feiras, mutirões ou campanhas.
É uma forma concreta de mostrar que trabalhador ajuda trabalhador, que ninguém solta a mão de ninguém, e que juntos somos mais fortes.
Não podemos esperar nada dos governos ou dos patrões. Só o povo salva o povo! Vamos construir nossa força com união, organização e solidariedade!

Poema: “Por Direito e Dignidade” (para os ambulantes de Goiânia)
Empurrar o carrinho no sol, na labuta,prefeito industrial disso nada escuta.Nunca soube o que é vender no calor,nem contar moeda pra comprar o jantar com dor.
Somos pai desempregado, mãe guerreira sozinha,o aposentado doente que à luta se alinha.Gente de carne e osso, sem luxo ou ouro,só queremos trabalho, pão e um futuro.
Mas na cidade do lucro e do capital,ser humano virou invisível, virou banal.É cada um por si, e o deus mercado a esmagar,por isso é preciso esse ciclo quebrar.
Se for preciso, a cidade vamos parar,pra solidariedade florescer e o direito triunfar.Pelo trabalho digno, pelos irmãos ambulantes,erguemos a voz — firmes e gigantes! ✊🏾🏴🔥