Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº2, Junho/Julho/Agosto de 2022.
Por Jiren D.
Os trabalhadores do Brasil vêm sofrendo e cortando literalmente na própria carne. Os preços do arroz, feijão, carne, verduras e legumes batem recordes de preços. Mesmo o Brasil sendo grande produtor desses alimentos, hoje a cesta básica já compromete em média mais de 60% do salário mínimo dos trabalhadores brasileiros. A gasolina e o diesel também batem recorte de preços e, além de corroer o salário dos trabalhadores, impacta toda cadeia produtiva.
Enquanto os trabalhadores sangram, o governo e economicistas burgueses tentam achar desculpa para a alta dos preços. Falam da inflação, do real desvalorizado e da oferta e demanda, mas há uma reposta simples do ponto de vista de classe: o lucro está a cima dos trabalhadores.
Do outro lado, a militância seja ela reformista ou “revolucionária” não conseguem dar resposta ao dilemas emergenciais das massas populares do Brasil. Enquanto a socialdemocracia segue sua estratégia de deixar o governo Bolsonaro sangrar por causa da eleição, outras frações da esquerda só se importa em pautas indentitárias e pós-modernas com recorte de “classe média”, bem distante da realidade das massas populares do Brasil.
Os anarquistas e revolucionários em geral, fora poucas exceções, que fazem um trabalhos sério junto ao povo, também não conseguem dar respostas, ficando preso seja num revolucionarismo estéril deslocado da base ou sendo cooptado por pautas liberais e reformistas como lutas identitárias e antifascismo, Fora Bolsonaro, e com isso jogando o método materialista de mobilização no lixo.
Apesar da situação catastrófica, toda essa problemática não será resolvida a curto ou médio prazo. Cabe aos militantes anarquistas honestos terem a paciência revolucionária e voltarem suas energias para lutas mais elementar de organizar o povo, construir assembleias, organizar as bases numa via independente e dar centralidade as reivindicações concretas do povo, e com paciência e respeitando o tempo da experiência coletiva do povo, unificar essas lutas em federações sindicalistas revolucionária do povo e caminhar para que o programa reivindicativo do povo avance ao programa revolucionário. ■