Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº4, Janeiro/Fevereiro/Março de 2023.
Por Érico.
O dia 28 de março é celebrado em memória de Edson Luís, estudante secundarista morto pela PMRJ durante a ditadura-militar, no ano de 1968. Filho de família pobre, Edson mudou-se de Belém (PA) para o Rio de Janeiro a fim de cursar o segundo grau, e utilizava o Restaurante Central dos Estudantes, também chamado “Calabouço” para fazer suas refeições. Devido aos ataques a educação, a precarização na estrutura do restaurante e o preço da alimentação, os estudantes participavam de uma manifestação reivindicando melhorias e a diminuição do preço para fazer as refeições no restante, quando a polícia militar invadiu o local a tiros. Edson foi baleado e morreu no local.
Para que o corpo do estudante não fosse ocultado, como fizeram as forças policias durante toda a ditadura militar, os estudantes levaram o corpo de Edson Luis até a Assembleia Legislativa da Guanabara. A morte violenta do estudante pelos agentes policias do Estados inaugurou uma onda de protestos em todo o país. Estudantes e trabalhadores se solidarizaram com a luta que os estudantes cariocas haviam iniciado, e passaram a denunciar e lutar nas ruas contra as privatizações e a precarização do ensino público.
Hoje, mais uma vez e mais do que nunca sofremos duros ataques que se acumulam desde a educação básica ao ensino superior. A abertura de escolas militarizadas e o corte de orçamento público para a educação é reflexo do militarista e neoliberal que os governos das diferentes esferas do Estado brasileiro seguem, ameaçando estudantes, profissionais da educação e toda a comunidade.
Devemos, nós estudantes, unirmos em luta contra os inimigos do povo, mobilizando-nos em cada escola, faculdade e universidade, junto aos trabalhadores, sem apadrinhamentos políticos, nem oportunismo. Devemos pela ação direta – organização e combatividade – lutar como lutou Edson Luis e os estudantes de 68. ■