Pelo fim da opressão colonial do Estado de Israel contra o povo palestino!

Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº7, Outubro/Novembro/Dezembro de 2023.

Antonio Galego

Foto: Bombardeios diários na Faixa de Gaza destroem casas, hospitais, escolas.

Desde o dia 07 de outubro o mundo acompanha uma escalada brutal da guerra na Palestina. As ações armadas do Hamas, batizadas de “Tempestade de Al-aqsa”, tinham o objetivo de romper o cerco colonial e o apartheid imposto pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza. Várias ações tinham como foco as cercas, muros, instalações militares e novas colônias israelenses em expansão no território palestino. Além disso, foram uma consequência do aumento da violência do Estado de Israel que, segundo a ONU, de janeiro até agosto já tinha matado 200 palestinos.

A desinformação causada pela grande mídia apresentou um conflito iniciado de forma unilateral (“do nada”) pelo Hamas. Criaram mentiras chocantes e estimularam um racismo islamofóbico sem precedentes para justificar uma nova ofensiva de Israel (apoiada pelos EUA) contra o povo palestino. O que está ocorrendo desde então não é uma guerra, é um genocídio brutal contra a população na Faixa de Gaza. Além disso, as operações de Israel tem atingido alvos em outros países, como Líbano e Síria, podendo gerar um conflito de maiores dimensões.

Segundo o Ministro da Defesa de Israel, o genocida Yoav Gallant: “Estamos lutando contra humanos selvagens”. Essa ideia racista foi utilizado a quase um século atrás pelos nazistas, e mais antigamente ainda pelos europeus contra os povos indígenas da América. É da natureza do colonialismo. O objetivo de Israel desde o início foi desumanizar os palestinos e muçulmanos para justificar as suas atrocidades e crimes de guerra.

Assim, no dia 09/10 o Estado de Israel cercou a Faixa de Gaza e impediu a entrada de comida, combustível, além de cortar água e eletricidade. Mas não pararam aí. Iniciaram bombardeios ininterruptos que já levaram até hoje (23/10), segundo dados oficiais, ao assassinato de 5.791 pessoas, das quais 2.360 são crianças e 1.292 são mulheres. Já foram mortos 17 funcionários da ONU e dezenas de jornalistas. Existem 16.297 pessoas gravemente feridas e cerca de 500.000 sem casa. Israel mantém nesse momento cerca de 6.000 prisioneiros políticos, dentre eles várias crianças. Por fim, Israel tem feito uso de fósforo branco, arma proibida pela Convenção sobre Armas Químicas de 1997.

Quando se tenta entender o conflito como uma guerra convencional entre “Estados” ou como uma guerra religiosa fica difícil analisar o que está acontecendo. Essa é umas das estratégias da grande mídia: “ambos estão errados”, confusão que é aceita por setores da esquerda. Mas a verdade é que existe uma opressão colonial (apoiada pelos EUA e potências europeias) contra os palestinos que está na origem de todo o conflito. Não é o Hamas que criou o conflito, ainda que tampouco seja a solução. Mas enquanto a opressão colonial não acabar, a guerra não acabará. E enquanto isso não acontecer os palestinos tem o direito e o dever de resistir. Com pedras, fuzis ou bombas, não importa: o Estado colonial e genocida de Israel precisa ser derrotado. Só assim haverá paz. ■

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