DF: Panfleto do GLP distribuído na assembleia e ato de professores dia 26/06/2024

Reproduzimos abaixo um panfleto do coletivo de base de professores e professoras do GLP (Grupo Libertação Popular), distribuído em Brasília-DF na assembleia geral e na manifestação do SINPRO-DF.


Chega de peleguismo e burocracia sindical!
Por um SINPRO democrático, combativo e independente de partidos e governos!

Irresponsáveis e inexperientes? As falácias da direção do SINPRO pra esconder seu peleguismo

Vivemos uma década de perdas salariais e de direitos em nossa categoria, uma expansão desenfreada do trabalho temporário, a criação e consolidação de escolas militarizadas, a privatização da educação infantil através de “parcerias”, o sucateamento e desvalorização da formação continuada, a incompetência e a lógica neoliberal com o Novo Ensino Médio. Todos esses retrocessos são marcas dos governos do DF nas últimas décadas, de esquerda e de direita, mas também da atual diretoria SINPRO que tem sido incapaz de construir a resistência e a luta pelos direitos da nossa categoria. A diretoria do PT/PCdoB não está à altura dos desafios que temos.

Como forma de negar a realidade, há vários anos a diretoria do SINPRO, ante a menor disposição de luta da categoria, ataca professores e grupos de oposição como “irresponsáveis” e “inexperientes” com o objetivo de estigmatizar e silenciar as críticas e propostas mais sensatas. Infelizmente, existem colegas ingênuos e outros claramente oportunistas que reforçam esse discurso falacioso.

Se queremos novamente um sindicato forte, mobilizador e democrático precisamos parar de passar pano e começar a encarar os fatos: o que eles chamam de responsabilidade e experiência não passa de um clichê autoritário para justificar seu peleguismo e, pior, sua incompetência. A deflagração da última greve e a aprovação da última assembleia provam que um amplo setor da categoria tem mais responsabilidade e consciência que a diretoria pelega do SINPRO. Tanto no fim da última greve, quanto agora, chovem denúncias de que, nas poucas escolas em que os pelegos foram, fazem um apelo ridículo aos fura greves e conservadores com tom aparentemente neutro, clamando pela sua opinião (apenas nesses momentos) mas no fundo é para impedir a radicalização, especialmente as propostas combativas (ou seja, necessárias!) frente a todos os retrocessos e calotes que temos sofrido.

Unir as oposições! A insatisfação da base  precisa se transformar em força de mudança

O ciclo do peleguismo do PT/PCdoB à frente do nosso sindicato parece estar chegando ao fim. Já são mais de 30 anos dos mesmos partidos na direção do SINPRO. Mas eles não tem nada novo a propor para a luta e a organização da categoria, a não ser os velhos receituários (cada vez mais impotentes) de conchavos eleitoreiros, reuniões de enrolação e uma forma de organização antidemocrática e desmobilizadora. As novas gerações, especialmente os bravos em contrato temporário, vem percebendo isso, querem lutar, tem menos tendência a cair na conversa mole e falaciosa dos pelegos do SINPRO.

Porém, como a última greve demonstrou tragicamente, não basta atropelar a diretoria em uma votação pontual, ela usará a máquina burocrática para retomar o controle e afundar (como afundou) a luta justa da categoria, nos levando à derrota de novo. Estamos numa situação crítica: a diretoria pelega é fraca para a luta contra o governo, mas extremamente forte e hábil para manter o poder burocrático da entidade contra a base. Por isso, é preciso todos os esforços para transformar a indignação e a vontade de luta da base em força de mudança do SINPRO! A indignação das bases sem uma Oposição que as canalize e organize terá como consequência a frustração da categoria com a luta sindical, com mais desfiliações e desmobilização. Já vimos esse filme antes, não podemos deixar ele se repetir! É responsabilidade nossa construir uma nova história na luta dos professores do DF!

Os grupos de oposição, incluindo nós próprios, devemos assumir essa responsabilidade histórica. Superar as divisões das oposições, motivadas por vaidades e estratégias de autoconstrução dos partidos e forças políticas, é uma autocrítica importante. A maior tarefa hoje da nossa categoria é remover o entulho burocrático e pelego (PT e PCdoB) da diretoria do SINPRO, para entregar novamente a voz e o poder às bases, para lutar e conquistar vitórias reais em nossos direitos, retirar o nosso sindicato da condição de puxadinho de partidos e trampolim para cargos.

Para isso nós defendemos três medidas imprescindíveis: 1) unificação das oposições, construindo a partir da unidade na luta um amplo movimento de oposição organizado e enraizado nas regionais e escolas; 2) a unificação deve se dar pela base, nas lutas, nas instâncias sindicais e em campanhas próprias, mas deve acumular também na formação de uma chapa unificada nas próximas eleições sindicais; 3) esse movimento unificado deve deixar claro pra categoria e pra si mesmo que vem pra mudar de verdade e não trocar seis por meia dúzia.

Em relação a esse último ponto, pra mudar verdadeiramente o SINPRO, nós defendemos: a) democratização radical da estrutura sindical (democratização das falas nas assembleias, comando de greve e comissão de negociação com maioria da base, conselho de delegados sindicais com poder deliberativo, etc.); b) priorização da mobilização e luta direta da categoria, contra a estratégia falida dos conchavos eleitorais e mendicância parlamentar; c) independência de classe frente a partidos, eleições e governos; d) oposição ao sindicalismo da CUT, que faz no SINPRO a mesma política sindical pelega e burocrática que faz em todo Brasil.

Certamente esse processo vai envolver contradições, erros e acertos, e ele não resolverá todos os problemas magicamente. Os próprios grupos de oposição tem muitas diferenças. No entanto, a derrubada dessa diretoria pelega e burocrática é uma necessidade para avançar na luta, e, principalmente, para abrir uma brecha histórica de renovação democrática e combativa da nossa entidade e também no sindicalismo do DF. Por conta disso, é fundamental nos organizarmos para disputar os rumos do movimento, defendendo democraticamente o nosso ponto de vista classista e combativo.

Quem somos nós? A reorganização dos professores classistas e combativos da SEEDF

O Grupo Libertação Popular (GLP) é uma tendência sindical-popular que se propõe a atuar nacionalmente nos movimentos e lutas da classe trabalhadora, criada em maio de 2024, fruto da atuação de cerca de duas décadas em outras organizações e estados do Brasil. O nosso objetivo é contribuir para o avanço das lutas populares, para a reorganização da classe trabalhadora do Brasil e para a libertação do nosso povo.

Em nossa categoria, reivindicamos a experiência da Oposição de Resistência Classista (ORC), a qual alguns de nossos membros foram os fundadores no calor da greve de 2015. A ORC desenvolveu uma importante atuação em nossa categoria, desde as bases até a disputa de instâncias gerais. No entanto, por uma série de equívocos a organização foi extinta em 2019. Fazemos uma autocrítica da ORC, mas reivindicamos o legado e os ensinamentos dessa experiência classista, independente e combativa.

A classe trabalhadora vive a maior crise de organização e direção da história. São décadas de burocratismo e eleitoralismo dos principais partidos e centrais de esquerda, corroendo, reprimindo e desacreditando os esforços mais autênticos de construção da revolução brasileira. Hoje, a esquerda e a direita são, igualmente, marionetes da política burguesa. Uma grande parte do povo percebe isso. Por isso a esquerda está tão afastada das massas, reduzida a bolhas da classe média e da burocracia sindical, odiada por suas traições ao povo e oportunismos dos mais variados. O atual governo Lula-Alckmin é o maior exemplo disso. Um governo de “esquerda” que dá continuidade à política ultraliberal, agroextrativista e militarista dos governos anteriores.

É nesse contexto que surge como necessidade histórica a reorganização dos trabalhadores e das forças classistas e combativas. O GLP surge para contribuir com isso. Para nós, esse processo envolve algumas tarefas: 1) Ir ao Povo! Retomar a organização e luta nos setores estratégicos da classe, mais precarizados e economicamente importantes; 2) Fortalecimento de um polo antigovernista e classista dentro do movimento sindical-popular, capaz de impulsionar as lutas sem rabo preso, potencial representado hoje nacionalmente pela CSP-Conlutas (única central com independência de classe); 3) Impulsionar uma resistência ativa pelas reivindicações materiais do povo, buscando a radicalização e unificação das lutas, buscando alterar a correlação de forças contra as classes dominantes e em favor das massas populares.

Junte-se ao GLP! Ousar lutar, ousar vencer!

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