Publicada no Jornal O Amigo do Povo, nº10, Agosto/Setembro/Outubro de 2024.
Jiren Sama.
No próximo dia 06/10, as massas populares de Goiânia escolherão seu próximo algoz na democracia burguesa. Esse circo busca fortalecer o estatismo, o clientelismo e a exploração das massas, perpetuando o capitalismo dependente. Frações da burguesia disputam o controle da máquina estatal municipal através dos partidos burgueses, conforme teorizado por Mikhail Bakunin. Como revolucionários, é crucial analisar os interesses desses atores na eleição burguesa.
Os principais atores desta eleição refletem a polarização nacional da burguesia, além do coronelismo local, com a candidata Adriana Arcorsi do PT representando a pequena-burguesia de esquerda, vinculada ao lulismo, e dois candidatos da pequena-burguesia de direita: Sandro Mabel da UB, ligado ao governador ruralista Ronaldo Caiado, e Fred Rodrigues do PL, representando uma ala mais radical e bolsonarista da burguesia direitista.
O modus operandi das candidaturas burguesas não diferem muito, buscando apoio de setores estratégicos da burguesia como associações comerciais, sindicatos patronais, federações industriais, além do respaldo de figuras influentes das máfias religiosas, enquanto as massas populares são tratadas como massa de manobra, com promessas clientelistas e assistencialistas.
Nesse xadrez de apoio das classes dominantes e estatistas, é esperado que o candidato Sandro Mabel tenha mais apoio. Como presidente da FIEG e apoiado por Ronaldo Caiado, monopoliza o apoio do empresariado e de igrejas evangélicas e dos ruralistas. A candidata petista aposta na estratégia de frente ampla e diz procurar “o seu José de Alencar” para conquistar o apoio da pequena-burguesia local e busca se alinhar com setores da elite católica, numa dinâmica marcada pela polarização entre católicos e protestantes. Já o candidato bolsonarista busca a fidelidade da pequena-burguesia bolsonarista e de setores da segurança pública, possivelmente com um vice militar.
Em síntese, a eleição é um jogo de interesses das frações das classes burguesas e estatistas pelo poder dentro do aparato estatal. A história tem demonstrado que as melhorias políticas para o povo surgem através da luta por melhores salários, saúde e educação, exigindo uma mudança estrutural na sociedade através da ação direta das massas populares. Esse deve ser o nosso foco. Por isso, NÃO VOTE, VÁ AO POVO E LUTE COM ELE! ■