Publicada no Jornal O Amigo do Povo, nº11, Novembro/Dezembro de 2024.
Jiren D.
O genocídio de Israel contra o povo palestino se intensifica, estendendo-se por mais um ano e deixando um rastro de destruição, com dezenas de milhares de palestinos mortos e um fluxo constante de refugiados. Nos últimos meses, o conflito escalou dramaticamente, com Israel lançando ataques sobre o Líbano. Em resposta, o Irã, aliado do Hezbollah libanês, retaliou diretamente contra Israel. Nas últimas semanas, Israel reagiu, atingindo alvos iranianos, elevando o risco de uma guerra direta entre as duas potências regionais.
O Hezbollah, grupo militante xiita baseado no Líbano, é um componente crucial do “Eixo da Resistência”, que inclui o Irã e outras forças que se opõem à presença israelense e à hegemonia ocidental-imperial na região. Com apoio financeiro e militar significativo do Irã, o Hezbollah atua como um proxy iraniano na fronteira norte de Israel. Esta relação intensifica o conflito, pois ações de Israel contra o Hezbollah são vistas como ataques indiretos ao Irã. O “Eixo da Resistência” busca não apenas defender a Palestina, mas também conter a influência israelense e americana no Oriente Médio e defender o nacionalismo islâmico.
Após os ataques de Israel ao Líbano, o Irã aumentou sua retórica e ações militares, lançando ataques que elevaram ainda mais a tensão na região. A resposta de Israel veio com bombardeios contra instalações militares iranianas na Síria e no próprio Irã, marcando um ponto crítico que ameaça arrastar todo o Oriente Médio para uma guerra de grande escala.
Diante dessa crise, a resposta da classe trabalhadora e dos revolucionários deve ser a solidariedade ativa. Exemplo disso é a greve de solidariedade ao povo palestino organizada por sindicatos anarco-sindicalistas espanhóis, como a CGT e a Solidaridad Obrera. Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores Portuários de Barcelona, após uma assembleia soberana, decidiu interromper o transporte de carregamentos militares destinados às áreas de conflito. Essas ações diretas demonstram a força do internacionalismo proletário, onde trabalhadores se recusam a ser cúmplices na maquinaria da guerra.
A luta dos curdos também serve como um exemplo norteador para a crise no Oriente Médio. A experiência dos curdos, especialmente nas regiões autônomas de rojava, destaca a importância da associação entre guerra e revolução, além da autogestão dos povos oprimidos. Essa experiência revela os limites do modelo de Estado-nação, oferecendo lições valiosas sobre como resistir e se organizar contra a opressão imperialista e estatal que pode ser um exemplo de avanço da luta da libertação da palestina além da unidade entre os curdos e palestinos. ■