Frente a guerra imperial do “novo Czar”, organizar a nova Revolução Social!

Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº1, Março/Abril/Maio de 2022.

por Antônio Galego.

A invasão militar na Ucrânia é uma consequência do conflito interimperialista entre EUA-OTAN x Rússia-China pelo domínio mundial. As maiores vítimas são os trabalhadores ucranianos, mas também os trabalhadores russos e de outras nações que estão sendo enviados para matar e morrer nos campos de batalha dessa guerra injusta entre potências capitalistas.

1) O imperialismo “multilateral” russo e a esquerda no Brasil

A invasão russa na Ucrânia é motivada por interesses econômicos e energéticos, de expansão da acumulação capitalista e de dominação geopolítica. Toda a falácia de uma política internacional da Rússia “multilateral” e “não-intervencionista” (sustentada por um setor da esquerda pró-Putin) caiu por terra. Existe uma tendência expansionista e militarista inerente ao sistema estatal-capitalista, especialmente nos Estados com mais poder. Essa tendência caminha junta com o aumento da opressão interna: em menos de uma semana de guerra mais 5 mil manifestantes foram presos na Rússia.

Assim como as guerras lideradas pelos EUA no Afeganistão, Iraque ou Haiti (pra citar o caso do Brasil durante o governo Lula), ou as intervenções indiretas em Honduras (no caso dos EUA) e recentemente no Cazaquistão (pela Rússia), a guerra na Ucrânia possui também uma “razão de Estado”, uma ideologia enganadora dos seus objetivos injustos. Os apologéticos tem dito “que a Rússia está se defendendo” (mesmo argumento dos EUA quando invadiu o Iraque/Afeganistão!), ou que “a Rússia é contra o governo fascista na Ucrânia” (isso quando Putin recebeu Bolsonaro alguns dias antes, e possui declarados fascistas e ultranacionalistas entre os mentores da sua política), ou que “só os EUA é imperialista, as potências que se choquem com os EUA não são imperialistas” (negando assim a própria análise leninista do imperialismo!), dentre outras mentiras governamentais.

Uma grande parte da esquerda brasileira tem mostrado em escala internacional a mesma falta de independência de classe que possui internamente. São incapazes de pensar fora das polarizações burguesas, são especialistas em virar cachorrinhos de oligarcas e burgueses quando convém às “brilhantes análises” de seus youtubers. Enfim, a miséria do marxismo brasileiro e mundial se manifesta nua e crua na atual guerra: são incapazes de defender uma via independente e socialista da classe trabalhadora.

2) A linha socialista revolucionária frente à guerra imperialista

Não se pode prever o desenrolar da guerra, a maior tendência é que seja prolongada, até porque ela é consequência da “nova guerra fria” capitalista que seguirá. Também não se pode saber a dimensão territorial que irá tomar, se vai estoura agora uma grande guerra mundial, conflitos regionais ou se será limitada ao território ucraniano. Isso e outros elementos definirão as consequências econômicas, políticas e sociais da guerra e são fundamentais para a definição de uma política classista-revolucionária.

O movimento dos trabalhadores deve combater a invasão russa na Ucrânia, não com apelos a sanções dos Estados ou da ONU nem com um pacifismo idealista, mas com a retomada dos métodos históricos da luta de classes: a greve geral, o boicote e a sabotagem contra a guerra imperialista! O proletariado e os soldados russos devem voltar seus fuzis e seu ódio contra o seu Estado e sua classe dominante, boicotar essa guerra injusta.

A classe trabalhadora ucraniana tem o direito e o dever de se defender contra a agressão estrangeira, mas precisam formular um programa e método próprios para os guiar na luta, independentes da burguesia e das potências imperiais, afim de transformar a defesa nacional em guerra de classes e revolução social. É nessas horas críticas que um movimento de massas classista e internacionalista, assim como organismos de poder popular (como os sovietes), demonstram a sua importância e centralidade. ■

Não à Guerra imperialista na Ucrânia!

Organizar as forças da Revolução!

Nem OTAN, nem Putin: Greve Geral e Sabotagem classista e internacionalista!

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