Pró-frente de ambulantes e trabalhadores de comercio de rua de Goiânia
A cidade de Goiânia, como tantas outras do Brasil, reflete as feridas abertas pela engrenagem neoliberal. Empurrados para fora das fábricas e do comércio formal, milhares de trabalhadores e trabalhadoras buscam na rua seu sustento: seja vendendo pão de queijo, roupas ou artesanato. Segundo o IBGE, mais de 40% da força de trabalho brasileira já está na informalidade, fruto direto da precarização promovida pelos governos a serviço do grande capital.
O sistema chama esses trabalhadores de “empreendedores”. Mas que tipo de empreendedorismo é esse que enfrenta todos os dias o desprezo do poder público, a repressão policial e o isolamento social? Em vez de apoio, encontram cassetetes, multas, apreensão de mercadorias e a invisibilidade.
Publicado emCampanha, GLP, Goiânia, Repressão, Sindical|Comentários fechados em A Luta dos Ambulantes em Goiânia: O Trabalho Criminalizado e a Urgência da União Popular
Trabalhadores portuários de diversos países do mundo bloqueiam carregamentos de navios para Israel.
Desde outubro de 2023 o Estado sionista de Israel (patrocinado pelos EUA) já assassinou mais de 60 mil palestinos em Gaza, com bombardeios, tiros, estupros, torturas, e crescem as mortes por inanição. Porém, segundo um relatório da Harvard Dataverse de junho de 2025, pelo menos 377 mil pessoas foram “desaparecidas”. Ou seja, o número de mortos pode ser várias vezes maior do que o oficial.
A cumplicidade das classes dominantes, no mundo e no Brasil
Os Estados e classes dominantes no mundo, para além de simbolismos “humanitários” (com doses de marketing) incapazes em parar a máquina diabólica nazi-sionista, mantém uma postura cúmplice ou auxiliar do genocídio que nunca deve ser esquecida. O Brasil, através do governo de Lula, é um caso exemplar.
Se liga, chamam de centralismo democrático. Mas o que é encenado, camarada, não é democracia – é mais um teatro.
O roteiro já vem pronto de cima e o palco é sempre o mesmo: um grupo manda e outro assiste. A consulta à base é mera formalidade, o debate é figurino, atropela e teme a discordância, e o resultado… previsível como monólogo encenado por veteranos em fim de carreira.
As organizações de inspiração bolchevique aprenderam muito com os sovietes – exceto a escutar a classe (e talvez isso fosse o essencial).
Em Santo Antônio do Descoberto, município goiano no Entorno de Brasília, quatrocentas famílias sofrem perseguição da família do Governador Ronaldo Caiado devido uma extensão de terras que abriga cerca 1,6 mil pessoas. A disputa judicial pelas terras do povoado Antinha de Baixo iniciou em 1945 quando um herdeiro de Francisco Apolinário Viana, buscou regularizar parte das terras. Quatro décadas depois, em 1985, três pessoas: Maria Paulina – que foi casada com Emival Ramos Caiado, tio do atual governador goiano –, Luiz Soares de Araújo e Raul Alves de Andrade Coelho, familiares de Francisco Apolinário; o trio em posse de documentos falsos, ingressaram no mesmo processo, alegando serem herdeiros de Apolinário Viana. A alegação dos documentos falsos vem dos atuais moradores do povoado. Pela justiça goiana, o trio conseguiu a posse da terra e a determinação para a desocupação da área, que só passou a ocorrer em 2014 devido a resistência dos moradores.
Um agravante que demonstra a fragilidade da justiça burguesa e do domínio da família Caiado sobre disputas políticas, perseguição e conflitos fundiários em Goiás, foi a presença do filho de Maria Paulina, Breno Boss Caiado, (primo do governador Ronaldo Caiado) atuando diretamente no caso até 2023, antes de ser designado desembargador pelo governador Caiado.
Foto: Muritão de construção de casas em Fortaleza (CE) no final dos anos 1980. Foto: Yves Cabannes
A crise econômica, os cortes de direitos, a carestia dos alimentos, o aluguel alto, o desemprego e a precariedade de vida causados pelo neoliberalismo jogam diariamente as massas populares no desespero da sobrevivência. Diante dessa miséria cotidiana, o povo, desorganizado e abandonado, tem buscado onde pode alguma forma de resistência e suporte — nas igrejas, nos partidos, nas ONGs, ou mesmo nos aparatos mínimos do Estado. São tentativas de garantir o básico: uma cesta básica, um auxílio emergencial, um psicólogo gratuito, uma creche para deixar o filho, uma passagem, um favor qualquer para não sucumbir.
Nas periferias, o crescimento vertiginoso das igrejas evangélicas se explica muito menos por questões teológicas e muito mais por sua função social direta. É na igreja que se consegue uma indicação de emprego, um pacote de arroz, um ombro amigo. O pastor assume, para muitos, o lugar do psicólogo, do conselheiro, do irmão. Isso não se dá por acaso — preenche um vazio, o vácuo deixado pela ausência de um projeto de organização popular real e cotidiano.
A chantagem tarifária de Trump ao Brasil (e a dezenas de outros países) se vincula a dois fatores da conjuntura nacional: 1º) a prisão de Bolsonaro e o acirramento das disputas no interior do Estado burguês; 2º) o aprofundamento da crise social, da superexploração e da dependência brasileira. Até agora a “guerra comercial” foi favorável a popularidade do governo burguês de Lula-Alckmin. O Lulismo encontrou uma nova bandeira, a defesa da “soberania nacional”, e a chance de vinculá-la contra o Bolsonarismo. A partir dessas ideologias o governo tem agido para representar os interesses da burguesia brasileira (agrária, industrial, mineradora, etc.) frente ao tarifaço e a crise política interna, aumentando a coesão burguesa e a “frente ampla”.
Por outro lado, ao apoiar e ser apoiada abertamente pelo imperialismo dos EUA, a política Bolsonarista expõe o seu caráter entreguista de submissão nacional e renova o enfrentamento contra os poderes da república burguesa, em especial ao Governo e ao STF. Age em nome de seus próprios interesses eleitorais, de frações burguesas e da estratégia da extrema direita latino-americana de submissão total aos EUA frente às disputas com a China. Apesar da prisão de Bolsonaro e da diminuição da capacidade de mobilização do bolsonarismo, tudo indica que seguirá sendo uma força importante na direita, pautando a polarização com o Lulismo.
As rusgas no interior do Estado burguês envolvendo o governo Lula, o tarifaço, a oposição bolsonarista, o STF, etc. são expressões dos interesses de diferentes setores das classes dominantes. Enquanto isso, o trabalhador brasileiro segue comendo o pão que o diabo amassou, sem nenhuma alternativa visível para o aprofundamento da superexploração, a rapina e destruição da natureza (com a expansão da fronteira agrícola e mineral), a precarização das condições de vida (saúde, moradia, transporte, etc.) e a violência contra o povo. Lulismo e Bolsonarismo, EUA e China, disputam o suor, o sangue e as riquezas do povo brasileiro.
Publicado emConjuntura, Debate, GLP, Internacional|Comentários fechados em O imperialismo, a crise brasileira e a farsa do país “democrático e soberano”
A Luta dos Ambulantes em Goiânia: O Trabalho Criminalizado e a Urgência da União Popular
Pró-frente de ambulantes e trabalhadores de comercio de rua de Goiânia
A cidade de Goiânia, como tantas outras do Brasil, reflete as feridas abertas pela engrenagem neoliberal. Empurrados para fora das fábricas e do comércio formal, milhares de trabalhadores e trabalhadoras buscam na rua seu sustento: seja vendendo pão de queijo, roupas ou artesanato. Segundo o IBGE, mais de 40% da força de trabalho brasileira já está na informalidade, fruto direto da precarização promovida pelos governos a serviço do grande capital.
O sistema chama esses trabalhadores de “empreendedores”. Mas que tipo de empreendedorismo é esse que enfrenta todos os dias o desprezo do poder público, a repressão policial e o isolamento social? Em vez de apoio, encontram cassetetes, multas, apreensão de mercadorias e a invisibilidade.
Em Goiânia, a gestão de Sandro Mabel, do União Brasil, empresário da FIEG, expõe com clareza essa política de exclusão. Ambulantes estão sendo expulsos de áreas como a Região da 44 — polo têxtil popular —, do entorno do Zoológico e de praças públicas, onde tentam sobreviver. A ordem é limpar a cidade dos pobres para agradar aos grandes lojistas e empresários.
Artigo de Antônio “Galego” publicado na revista “Rojo y Negro” nº401, junho de 2025, editada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT – Espanha), páginas 24 à 26.
Imagem 1 – Movimento Resistência Popular realiza protesto por moradia, 2015.
Completam-se já 10 anos de uma intensa campanha de criminalização e perseguição política do Estado brasileiro contra importantes lideranças da luta pela moradia e pela terra em Brasília, capital federal do Brasil. Estamos falando do líder popular Edson Francisco e outras lideranças, membros e ex-membros do Movimento Resistência Popular (MRP), vítimas de prisões, torturas e processos jurídicos ao longo desses anos.
O capítulo jurídico mais recente ocorreu em agosto de 2024 com a condenação em 2ª instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) de 11 militantes e ex-militantes do MRP com as acusações de extorsão de famílias, organização criminosa e outros delitos penais. A situação dos 11 condenados pelo TJDFT é grave, correndo o risco de serem encarcerados a qualquer momento, com penas que chegam a 8 anos de cadeia. No exato momento, início de abril de 2025, a criminalização se intensifica com a expedição dos mandatos de prisão contra os lutadores do povo.
A história que vou denunciar aqui é cruzada profundamente pela formação desigual da capital do Brasil, pelo avanço da política de repressão dos movimentos sindicais e populares e pelos desafios e crises da classe trabalhadora no país.
Panfleto distribuído na assembleia geral das/os professoras/es dia 05/06/2025
Grupo Libertação Popular / Coletivo de Base – SEEDF
As professoras e professores do DF estão iniciando um movimento histórico de resistência, após meses de enrolação do GDF e da própria diretoria do Sinpro (PT e PCdoB), a greve foi aprovada como a um tsunami que já era impossível impedir, um grito de “Já Basta!” após tantos anos de sucateamento da Educação e das condições de trabalho, de arrocho salarial e tantos retrocessos. Agora é hora de massificar e radicalizar nosso movimento, não aceitar qualquer migalha do governo, não cair em manipulações da atual diretoria do Sinpro, levar a greve até a vitória! Mas para isso precisamos basear nosso movimento em três pilares: 1) poder da base; 2) ação direta; 3) ruptura com o corporativismo.
Maioria da base no comando de greve e na comissão de negociação! Democracia real nas assembleias, já!
Falar de “unidade” e “democracia” é fácil, mais difícil é praticá-la, especialmente quando começam a surgir as divergências no movimento. O clima de luta e união dos inícios de greve devem ser estimulados, mas seguimos vigilantes, não temos ilusões: a atual diretoria do Sinpro continua manipulando as assembleias, fazendo negociações às portas fechadas e mantendo seu controle “paternal-autoritário” sobre o Comando de Greve. As propostas da oposição Alternativa para a democrtização das instâncias têm sido sistematicamente ignoradas e silenciadas. Para nós a unidade e mobilização da categoria se forjam com democracia real. A construção de um Poder da Base nas nossas instâncias do movimento é o que garantirá que os rumos tomados refletirão de fato a vontade da categoria e não serão um fruto de manipulações e conchavos da diretoria.
Trabalhador e trabalhadora: ajude a divulgar o socialismo revolucionário compartilhando nossas matérias, adquirindo o jornal ou ainda criando uma célula de apoio do Amigo do Povo na sua cidade.
Publicado emEdições complestas|Comentários fechados em O Amigo do Povo nº13 – Maio/Junho/Julho de 2025
“A sociedade, no grande sentido da palavra, o povo, a vil multidão, a massa dos trabalhadores, não só dá a força e a vida, mas também dá os elementos de todos os pensamentos modernos, e um pensamento que não sai do seu seio e que não é a expressão fiel dos seus instintos populares, é um pensamento que já nasceu morto."