Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº1, Março/Abril/Maio de 2022.
Foto: Familiares das vítimas e moradores protestam (23/01/2022)
por Érico.
O ano de 2022 iniciou com diversos casos de violência policial. No município de Cavalcante-GO há 311km de distância do Distrito Federal, a chacina feita pela Polícia Militar de Goiás no dia 20 de janeiro, que vitimou 4 trabalhadores rurais quilombolas, causou revolta nas redes sociais e aos moradores do município e da Vila São Jorge pela brutalidade e injustiça.
A versão da polícia é que ao chegarem no vilarejo, os militares foram recebidos a tiros pelos quatro homens. Também segundo a polícia, foram encontrados 500 pés de maconha na região, que seriam pertencentes a Salviano Souza Conceição, de 63 anos. Os outros homens, Ozanir B. da Silva, 43 anos, Jacaré e Chico Kalunga, sem nomes e idades divulgadas, teriam agido no confronto contra a polícia segundo a corporação goiana.
A revolta se justifica pela maneira como a ação foi realizada dentro da região quilombola contra trabalhadores que segundo as testemunhas, foram coagidos e algemados, sendo executados, sem que se provasse a relação dos moradores, e pela violência dos bandidos fardados contra os homens. O modus operandi que a operação seguiu é comum, e realizada especialmente contra as populações negras, camponeses e nas periferias das cidades e do campo no Brasil. No município a população revoltada organizou manifestações e gerou visibilidade pelas redes sociais ao denunciar o crime dos fardados (foto). ■
