Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº1, Março/Abril/Maio de 2022.
por Aurora.
Recentemente diversas organizações, movimentos e sindicatos tem aproveitado o 8 de março, dia de luta das mulheres, para organizar uma greve geral em diversas partes do mundo. Essa forma de manifestação, baseada na ação direta das trabalhadoras, tem como objetivo demonstrar que o sistema não funciona sem nós mulheres. Então se ele precisa de nós para existir, é fundamental nossa mobilização para ele cair!
Nós mulheres duplamente exploradas, pelo capital e pelo patriarcado, somos obrigadas pelas regras do sistema a assumir a maior parte dos serviços domésticos. Precisamos demonstrar nossa força enquanto trabalhadoras que somos! Essa greve visa denunciar a desigualdade salarial entre homens e mulheres, a violência de gênero, o assédio.
Neste ano de 2022, assim como os outros dois anos anteriores, essa greve se demonstra ainda mais necessária. Ora, nós mulheres tivemos que lidar com a intensificação de nossa exploração. Em meio a pandemia assumimos cargos de grande risco, ora pelo contato com muitas pessoas (garçonetes, professoras, etc), ora pelo contato com materiais de risco sanitário (como a limpeza).
À esse risco que corremos diariamente para garantir nosso sustento e de nossa família ainda nos foi adicionado mais trabalho doméstico. Como temos que ficar a maior parte do nosso tempo de descanso e lazer em casa dedicamos mais horas do nosso dia também para a limpeza, organização e alimentação em casa.
Para aquelas que tiveram o direito ao teletrabalho a situação também não foi de menor exploração, pelo contrário! O teletrabalho intensificou as metas, aumentou a carga de trabalho e para muitas ainda é difícil diferenciar o tempo de trabalho do tempo de descanso.
É por isso que nesse 8 de março, dia das mulheres trabalhadoras, convocamos todas e todos a aderirem a greve geral internacional pelos direitos das mulheres. É apenas com nossa mobilização que derrubaremos o Estado, o Capital e o Patriarcado. ■
Viva as mães, jovens, operárias, donas de casa, camponesas, terceirizadas e todas as mulheres trabalhadoras e revolucionárias!