Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº3, Setembro/Outubro/Novembro de 2022.
Por Domingos.
Está em andamento o Projeto Arqueologia e História Indígena no Brasil Central (PHIBRA), organizado por pesquisadores da USP, UnB e UFoPA. A iniciativa vem trazendo uma série de informações e materiais sobre o passado indígena na região central do Brasil.
A ação mais recente ocorreu em Unaí – MG onde está sendo realizada a escavação na Gruta do Gentio II, sítio arqueológico onde foi encontrado o corpo de uma menina de 12 anos que viveu a cerca de 3.500 anos atrás (conhecida também por múmia Acauã). Além de dezenas de outros ossos humanos e de animais, cerâmicas e outros artefatos, a Gruta também está repleta de desenhos rupestres que datam de até 12 mil anos.
O projeto tem por objetivo realizar parcerias com as escolas públicas da região, em modelo de Sitio-Escola, visando trazer a comunidade para construir e se apropriar do conhecimento, das técnicas e de sua história ancestral, assim como formar novos pesquisadores na área da arqueologia indígena e comunitária.
Tais projetos arqueológicos e especificamente da história indígena tendem a sofrer um grande obstáculo pela ação da burguesia rural que não quer que suas terras e seu direito de propriedade seja questionado pelas pesquisas, que demonstram que a ocupação dos povos indígenas na região é muito mais antiga do que se imagina.
O processo de colonização brasileiro foi baseado no roubo das terras dos povos ancestrais que habitavam essa região, a arqueologia indígena entra nesse sentido no contexto da luta pela terra dando legitimidade e apoio a luta atual dos povos indígenas, neste caso na região centro-oeste. ■