Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº5, Abril/Maio/Junho de 2023.
No dia 4 de março de 2023 a polícia de São Paulo prendeu José Rainha e Luciano Lima, ambos lideranças camponesas da FNL (Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade). No dia 09 o militante Cláudio Ribeiro da FNL também foi preso.
As prisões foram feitas, não por acaso, logo após o Carnaval Vermelho, uma jornada de ocupações de terra protagonizada pelo movimento para pressionar o governo a realizar a reforma agrária. O Carnaval Vermelho mobilizou cerca de 1.500 famílias (mais de 5.000 camponeses) em luta nos estados de Alagoas, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Tais prisões têm a clara intensão pelas classes dominantes de criminalizar os líderes e militantes camponeses a partir de denúncias sem prova e sem possibilidade de defesa prévia para assim desmobilizar as combativas ações do movimento.
Enquanto os camponeses que lutam são presos, os fazendeiros que utilizam trabalho escravo, os latifundiários que expulsam os camponeses e os grileiros que surrupiam as terras indígenas continuam soltos, enriquecendo e aumentando seu poder político.
Esse e outros conflitos agrários que pipocam no país demonstram que a luta pela terra não poderá ser parada pela repressão nem pela cooptação dos governos. A luta pela terra é uma necessidade material e histórica do nosso povo, ela irá se reconfigurar, novos sujeitos e movimentos vão surgir, mas ela não vai parar enquanto o latifúndio não for destruído e a terra for livre.
Por isso, exigimos a imediata libertação de José Rainha, Luciano, Cláudio e todos os presos políticos da luta pela terra!
Contra os desmandos dos ricos, a união dos de baixo! ■