1º DE MAIO | Despertar a revolta dos trabalhadores contra a exploração dos patrões e dos governos

Edição extra do Jornal O Amigo do Povo, 1º de maio de 2023. [PDF]

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Sempre no 1º de maio recebemos muitas mensagens e homenagens, algumas sinceras outras nem tanto, elogiando aqueles que trabalham e dão duro todos os dias. Muitos governantes, patrões, gerentes, encarregados, que são responsáveis pelo sofrimento e a pobreza dos trabalhadores, vão sorrir e desejar felicidades. Mas poucas pessoas falam da verdadeira realidade do trabalhador, poucos falam o que o trabalhador merece pelo seu esforço, poucos falam como ele vai conquistar uma vida digna, justa e livre.

É hora de parar com as mentiras eleitoreiras, de ostentação, de nos entupir com drogas, redes sociais e remédios. Essas coisas não vão melhorar nossa vida. É hora de falar a verdade sobre o que o trabalhador merece, é hora de tomar de volta tudo aquilo que os ricos andam nos roubando todos os dias há mais de 500 anos. É difícil? Sim, parece loucura, mas é a única forma de mudar a nossa realidade. Ir à luta, unir nossos irmãos e irmãs do trabalho e do bairro, ser a faísca que vai incendiar o canavial. É essa conversa que precisamos ter nesse 1º de maio.

O trabalho cria toda a riqueza do país, mas vive na miséria!

Imagine que, de uma hora pra outra, não existisse mais trabalhadores no mundo. A agricultura, a indústria, o comércio, os serviços, todos eles com as suas diferentes utilidades, não produziriam mais nada sem a força do trabalho humano.  Ninguém teria o que comer, ninguém teria mais roupa, nem celular, nem móveis, nem casas.

Tudo o que nós temos foi criado pelo trabalho, mas os trabalhadores vivem na miséria, vivem de aluguel ou de favor, sem um emprego fixo, sem um salário digno, sem liberdade de expressão no local de trabalho. Por que isso acontece? Por que na nossa sociedade os patrões, os ricos e os governantes roubam a maior parte do que o trabalho produz! Eles têm a propriedade, as leis e a polícia. Essas coisas não criam nada, não alimentam ninguém, mas garantem que eles vivam como parasitas, improdutivos, roubando o suor dos trabalhadores através do “lucro” e do “imposto”. E isso não é de hoje!

Perguntamos de novo, o que o trabalhador merece? Nós respondemos com toda certeza: tudo, ele merece tudo! O povo brasileiro acorda ainda de madrugada, pega um ônibus lotado, trabalha duro e volta pra casa ao anoitecer… pra num belo dia ouvir que o dono da empresa ou o dono da terra é o “Produtor”! Quanta sacanagem! Os verdadeiros PRODUTORES são os empregados, os funcionários, os proletários. Os patrões e políticos são parasitas, ao contrário dos trabalhadores esses fariam um bem à humanidade se deixassem de existir.

O Governo Lula segue a mesma política dos ricos

A política eleitoral realmente parece futebol: são times diferentes, seguindo as mesmas regras, com cores diferentes, mas os fãs se empolgam, a rivalidade é estimulada, a família briga, e se um lado vence acha que é porque Deus quis. Pelo menos futebol é um jogo. Mas quando o trabalhador acredita nessa “democracia” dos ricos, quando acredita que a vitória de Lula ou Bolsonaro vai mudar a vida do povo, aí lascou! Vamos acordar: nenhum governo defende o trabalhador! Nem Lula, nem Bolsonaro, nem qualquer outro.

Até agora a vida do povo não mudou em nada. O aumento de 18 reais no salário mínimo é ridículo, quem tem vida digna com 1.320 reais? O desemprego aumentou e a taxa de informalidade alcançou 38,9% da população ocupada. Mais de 100 tipos de agrotóxicos foram liberados pelo governo, e tem aumentado a repressão aos que lutam por seus direitos. As reformas trabalhista e da previdência não foram revogadas e ainda vem aí uma reforma fiscal para favorecer os ricos!

Os sindicatos pelegos são inimigos do povo trabalhador

Pra piorar, alguns sindicatos e movimentos que dizem defender o trabalhador muitas vezes estão do lado dos patrões e dos governos. Muitos sindicalistas fazem igual aos políticos: aparecem de tempos em tempos pra pedir voto e garantir seus cargos, mas não fazem nada. Muitos sindicalistas conhecem mais os corredores do parlamento que o chão da fábrica, mais os paletós que o uniforme da firma, mais as redes sociais do que o mundo real, falam de democracia mas são pequenos ditadores.

As grandes Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, CTB e outras) são ainda piores, em meio a tantos prejuízos pro trabalhador, nada fazem! Se calam! Ganham cargos no governo atual! Não é por acaso que apenas 11% de todos os trabalhadores brasileiros sejam sindicalizados. O trabalhador não pode ter nenhuma ilusão com esses canalhas.

Como e onde lutar pelos direitos do povo trabalhador? Um convite à ação!

Apesar de todas as dificuldades nós acreditamos que é possível e urgente lutar pelos nossos direitos como trabalhadores. O 1º de maio é um dia especial para pensarmos nessas soluções.

1º) Precisamos nos unir, construir grupos ou movimentos combativos de trabalhadores para fazer a luta por trabalho, terra, paz, saúde, educação e outros direitos;

2º) O foco da luta deve ser nos setores estratégicos que podem paralisar o sistema de forma geral (operários da construção, dos transportes, comércio, agropecuária, etc.), e se expandir pras cidades de interior e áreas rurais. Não é por acaso que esses setores e regiões quase não tem protestos, a repressão é muito grande!

3º) Esses grupos e movimentos não podem ter rabo preso com patrão nem com governos! Não existe atalho pra nossa libertação, a única saída pros trabalhadores é construir por nós mesmos, apoiando e construindo assembleias, greves, solidariedades, protestos, ocupações.

4º) O objetivo final da nossa luta é a construção de uma nova sociedade, onde todo o fruto do trabalho seja dos próprios trabalhadores, onde os trabalhadores organizem a vida para o bem-estar e a liberdade de todos. Essa nova sociedade só poderá florescer com a destruição desse maldito sistema capitalista que vivemos hoje. ■

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