Avançar a luta pelo fim da escala 6×1 com luta e organização popular pela base

Panfleto do Grupo Libertação Popular (GLP), novembro de 2024 [ BAIXE EM PDF ]

A Realidade Precária do Trabalho 6×1

Hoje, milhões de trabalhadores brasileiros estão sujeitos à escala 6×1. Setores como comércio, serviços, bares, restaurantes, shoppings e supermercados seguem essa jornada de trabalho exaustiva e precarizante, em que a jornada pode chegar a 7 horas e 20 minutos, seis vezes por semana, com apenas um dia de folga. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), só no comércio são 10,5 milhões de trabalhadores enfrentando essa rotina desgastante, submetidos a longas jornadas e a uma constante pressão por produtividade.

Esse sistema impõe um ciclo prejudicial que limita o tempo de descanso e lazer, agravando o quadro de exaustão e comprometendo a saúde física e mental de milhões de trabalhadores.

O mérito e os limites do Movimento VAT: é preciso ir além

O movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT) surgiu no ano passado nas redes sociais, com forte repercussão no TikTok, ganhando seguidores que também sofrem com a escala 6×1. Liderado por Rick Azevedo, ex-balconista de farmácia e vereador pelo PSOL no Rio de Janeiro, o movimento tem seus méritos por dar visibilidade à causa, mas sua estratégia mostra-se fortemente orientada para o eleitoralismo, com foco em sensibilizar parlamentares e construir candidaturas “dos trabalhadores” – dentro do mundo burguês. Como já indicou Marx, o “Estado é o balcão de negócios da burguesia,” e essa estratégia tende a tirar o protagonismo dos trabalhadores comuns.

O VAT aposta em figuras personalistas e em redes sociais, uma bolha distante das massas populares, especialmente das gerações mais velhas e do interior do Brasil. Além disso, sendo um movimento centralizado por uma pessoa, não existe instâncias com democracia interna. Essa abordagem fragiliza a diversidade das massas e enfraquece a luta de base, trocando o poder popular por interesses políticos eleitorais.

A tática repete erros, como no cancelamento do “breque dos apps” em 2023, imposto sem consulta às bases para atender a uma negociação política vazia e de cima para baixo, focada em bolhas “antifascistas,” fragmentando a organização popular e enfraquecendo a unidade na luta pelas pautas. Esse envolvimento precoce com a política eleitoral, em um movimento ainda inorgânico, sem democracia interna e de origem virtual, enfraquece o potencial do movimento e afeta a capacidade de resistência dos trabalhadores.

Nossa Estratégia: Luta e Organização Popular pela Base

Ao contrário dessa concepção eleitoreira, personalista, virtual e de cima para baixo, defendemos a construção de uma luta sólida, enraizada em cada bairro periférico e em cada local de trabalho, para fortalecer a resistência de base do povo. Propomos um trabalho de base regular nos setores estratégicos afetados pela escala 6×1, formando comitês de luta classistas que deem os primeiros passos rumo ao acúmulo de forças e à construção de uma greve geral contra a escala 6×1 e os ajustes fiscais do governo Lula/Alckmin. Esses ataques têm atingido sistematicamente as massas populares, com pouca ou nenhuma resistência por parte de sindicatos oficiais e movimentos sociais governistas.

A conquista da redução da jornada de trabalho exigirá mais que “sensibilização”, exigirá uma luta combativa contra as classes dominantes. Não esqueçamos que trabalhadores morreram na luta pela jornada de 8h, assim surgiu o 1º de maio. Nossa estratégia rejeita ilusões eleitorais e apoios personalistas que desviem o foco do movimento. Queremos construir uma luta organizada, estratégica e duradoura, preparando o terreno para uma greve geral e um levante nos moldes de Junho de 2013, para que, com luta coletiva, consigamos o fim da escala 6×1 e resistamos aos ajustes fiscais do governo neoliberal de Lula/Alckmin. ■

É hora de ir ao povo, agir nas bases e promover a ação direta das massas!
É barricada, greve geral e ação direta que derrubam o capital!
Novos Junhos virão!


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