Na madrugada o dia 28 para 29 de novembro de 2019, em Jataí (GO), o jovem trabalhador e militante anarquista, Yuri Oliveira, acometido pela depressão, tirou a própria vida depois de deixar uma carta no facebook.
Yuri, militava na Federação Autônoma dos Trabalhadores (FAT), já extinta. Era uma pessoa edificante, no sentido de nos construir como pessoas melhores e construir espaços para uma sociedade melhor. A cada reunião ele se mostrava mais radicalizado, a cada leitura teórica mais afiado, a cada conversa uma amizade mais sólida. Nos locais de luta sempre trazia apontamentos fundamentais; em nossas conversas palavras de conforto e ajuda. Muito generoso, não suportava injustiças, gostava de andar de bicicleta e era um grande fã de Belchior.
Em sua carta de despedida pediu que sua morte, longe de nos paralisar, nos tirasse do imobilismo e nos fizesse lutar com mais força e garra por um mundo justo. Teve a generosidade de isentar seus familiares, seus amigos e seus companheiros de qualquer culpa. Mas, não isentou o ambiente universitário, nem o sistema de merda que nos explora, oprime e mata diariamente.
Nesse momento de recordação, reafirmamos aos jovens trabalhadores e revolucionários, normalmente os mais propensos a este vazio e dor terríveis: não se rendam. Prometam, como pediu Yuri, redobrar sua luta. A história não para, e apesar do discurso político pessimista do reformismo, que só gera imobilismo e impotência, que afunda os jovens no sentimento de não haver saída, que gera lucro eleitoral afundando-nos em nossa miséria interior, tenhamos paciência histórica.
Os nossos inimigos tem o Estado, o dinheiro, as armas. Nós temos a nossa união feita pelas mãos de cada um de vocês. Não se subestimem. O povo permanece resistindo dia a dia independente da disputa das grandes forças do poder. Se sente que não pode fazer nada agora, tenha certeza que muito em breve o seu povo precisará destas suas mãos incendiárias. Fogo no sistema, não em nós mesmos.
Yuri, presente! Em nossas lutas e em nossos corações!
Seguimos firmes na luta, e em sua memória combativa, venceremos