Publicado no Jornal O Amigo do Povo, nº13, Maio/Junho/Julho de 2025.
Jiren D.

Nos dias 31 de março e 1º de abril, milhares de entregadores em diversas cidades do país realizaram o breque dos apps, protagonizando mais um capítulo da luta direta das massas trabalhadoras. A paralisação, conhecida como Breque dos Apps, escancarou a miséria imposta pelo modelo de exploração neoliberal das plataformas: enquanto o preço dos combustíveis, da alimentação e da manutenção explode, os valores pagos pelas entregas seguem estagnados, mostrando o completo desprezo dos patrões pela vida dos que movem a cidade.
As reivindicações da paralisação foram: taxa mínima de R$ 6,50 para R$ 10,00 por entrega, aumento do valor por quilômetro rodado para R$ 2,50, limite de até 3km para bicicletas e pagamento integral por entrega – sem os cortes arbitrários que ocorrem em pedidos combinados. Nas ruas, com faixas e palavras de ordem, os entregadores denunciaram o regime de superexploração que chamam, corretamente, de escravidão moderna.
Os entregadores são hoje uma das categorias mais precarizadas e estratégicas do proletariado urbano. São massa jovem, combativa e invisibilizada – mas com grande potencial de insurgência. Por isso, é tarefa dos militantes populares, revolucionários e organizações de base apoiar ativamente sua luta, disputar os rumos dessa categoria com independência de classe e combater os oportunismos da direita e da esquerda institucional, que tentam domesticar a revolta. É hora de ir ao povo e construir, com povo, luta e organização solida para ter força orgânica e real para a vitória do povo. ■