Por Justiça Climática! Pela Construção de Jornada de Luta pelo Pagamento dos Serviços Ambientais aos Catadores!

Publicado no Jornal O Amigo do Povo, nº14, Agosto/Setembro/Outubro de 2025.

Jiren D.

A crise climática é filha legítima do capitalismo. É esse sistema que lucra com a devastação das florestas, com o envenenamento das águas, com a fumaça das indústrias. Mas quem sofre com as enchentes, com as queimadas, com o calor nas periferias sem verde e sem água, são os pobres. São os trabalhadores e, entre eles, os catadores e catadoras — povo que vive nas margens, mas que carrega nos ombros a verdadeira luta pela sustentabilidade.

Enquanto os ricos se protegem com ar-condicionado, casas seguras e planos de saúde, os pobres morrem nas enchentes, respiram o ar envenenado e vivem cercados de lixo.
Há séculos os catadores fazem o trabalho que o Estado burguês nunca fez. Hoje, 90% da reciclagem no Brasil passa pelas mãos calejadas dos catadores e catadoras. Mesmo assim, são tratados como invisíveis, sem salário digno, sem direitos garantidos, vivendo daquilo que resgatam do lixo — e não do reconhecimento que merecem por seu serviço ambiental essencial.

No Brasil do governo burguês de Lula-Alckmin (PT-PSB), bilhões são entregues ao agronegócio e à mineração predatória. A falsa promessa de um governo “popular” desmorona diante de políticas que favorecem a máfia do lixo (as grandes empresas da reciclagem) e os ricos, como foi com o Decreto da Fome — que só foi revogado quando houve pressão direta dos movimentos socias, como do MNCR. Outro exemplo é pauta histórica do pagamento pelos serviços ambientais dos catadores, que nunca entrou na pauta do governo, o que mostra como o governo Lula governa para os ricos.

Por isso, chamamos à construção de uma Jornada Nacional de Luta pelo Pagamento dos Serviços Ambientais dos Catadores! Não podemos esperar nada dos gabinetes e das promessas dos políticos. Só a ação direta e a organização das bases podem arrancar conquistas. É preciso que o MNCR retome suas raízes, que vá a base, que realize assembleias nas ruas e galpões, que fortaleça as cooperativas existentes e organize os catadores e catadoras de rua.

As pautas são claras e urgentes:

  • Pagamento Federal por Serviços Ambientais (inclusão no PPA);
  • Investimento em infraestrutura e capacitação das cooperativas;
  • Fim da bitributação dos materiais recicláveis;
  • Criação do Programa Nacional da Reciclagem Popular – Pronarep;
  • Inclusão dos catadores no censo e acesso à rede de proteção básica;
  • Fechamento dos lixões com inclusão social dos catadores;
  • Regulação do mercado para que o reciclável valha mais do que a matériaprima virgem. ■
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