Publicada no Jornal O Amigo do Povo, nº11, Novembro/Dezembro de 2024.
Guina, ambulante militante do GLP

Foto: Propaganda do jornal O Amigo do Povo em banca de ambulante em Goiânia.
Nas feiras, pelas ruas, nos parques da cidade, nos semáforos, nas calçadas de avenidas movimentadas, sem garantia de ganho mínimo e nem do tamanho da jornada, não somos donos dos pontos de trabalho, somente das oportunidades de venda que passam por onde montamos nossos expositores e bancas, por onde nem sempre somos bem vindos. A clandestinidade e o risco seriam ainda boas companheiras se viessem junto com a autonomia para o trabalho, porém muito de nós passa por isso tudo de forma terceirizada, gerando riqueza e lucro para patrões, algo que um vendedor ambulante não deveria ter, mas que já é uma situação bastante comum entre quem vive de venda ambulante.
Verdadeiras empresas clandestinas obtém lucro transformando trabalhadores independentes em funcionários, tirando vantagem de driblar direitos trabalhistas e condições dignas de trabalho que deveriam fornecer como empregadores formais.
Essa condição de exploração dos trabalhadores informais só se tornou possível pelo desmonte da cultura de organização dos trabalhadores por eles mesmos. Nenhum direito trabalhista foi presente de político como tentaram nos ensinar, nenhum dos direitos que eles atacam e destroem sempre que podem saiu da cabeça de nenhum deles, todos foram pensados por trabalhadores organizados que provaram ter razão sobre tudo que exigiam. Continuar a ler