A política de preços da Petrobrás segue a mesma no governo Lula

Matéria do Jornal O Amigo do Povo, nº6, Julho/Agosto/Setembro de 2023.

Antonio Galego

O Preço Paritário de Importação (PPI) foi uma política arbitrária adotada pela Petrobrás em outubro de 2016 durante o governo Temer (MDB). De 1953 à 2016 a política de preços da Petrobrás seguia outros critérios.

Mas o que é o PPI? Com base no PPI o preço de todo o petróleo e seus derivados (como a gasolina, gás de cozinha, diesel, etc.) consumidos no Brasil são calculados como se fossem importados. Porém, o Brasil tem potencial industrial não só de produzir o petróleo consumido internamente como de exportar excedente. A necessidade de importação é mínima, então por que estipular um preço como se tudo fosse importado quando de fato não é?

Como vem denunciando a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (aepet.org.br), o PPI tem servido para beneficiar a cadeia de importadores de combustível, já que a alta dos preços no Brasil faz com que a importação (especialmente das refinarias dos EUA localizadas no golfo do México) torne-se viável economicamente, tornando as refinaria brasileiras menos competitivas e gerando uma redução de até 30% da capacidade produtiva delas.

Assim, o PPI beneficia os importadores, as refinarias dos EUA, as distribuidoras, os acionistas da Petrobrás. Todos eles têm se beneficiado das altas dos preços dos combustíveis que na prática prejudica a classe trabalhadora brasileira. É uma política que rouba ainda mais o suor do nosso povo para enriquecer a burguesia imperialista. Sem a política de PPI a Petrobrás poderia estar garantindo preços muito mais baixos à população.

Desde Temer até hoje o PPI vem sendo praticado. Lula assumiu o compromisso de colocar “fim ao PPI”, mas até agora nada, só promessas e mentiras. A direção da Petrobrás anunciou em maio uma diminuição na gasolina e diesel, mas tal diminuição apenas ajustava valores que estavam ACIMA do próprio PPI. Em maio o diesel estava quase 15% acima do valor do PPI, e em junho 3,2 superior a ele.

Moral da história: a Petrobrás continua praticando preços equivalentes ou superiores aos paritários de importação; o governo Lula mente pro povo e os governistas aplaudem como bobos as novas “fakenews”; a classe trabalhadora segue amargando a carestia de vida pra sustentar o lucro fácil de ricaços nacionais e estrangeiros. A vida do povo pode melhorar, os combustíveis podem ficar mais baratos, mas pra isso só há um meio: a luta combativa, sem ilusões com nenhum governo, como nos ensinaram os bravos caminhoneiros em 2018… ■

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