Nota introdutória, por Antônio Galego.
Esse é o segundo artigo do jornal “La Solidarite Révolutionnaire” que publicamos em nosso site. A tradução do francês para o português foi feita novamente pelo camarada Érico. A nossa pretenção é seguir publicando e resgatando essas contribuições valiosas de militantes revolucionários do proletariado ao longo da história, invisibilizados pela história oficial (burguesa, soviética ou, inclusive, “eurolibertária”).
Como explicamos na introdução da primeira tradução:
“O jornal “La Solidarite Révolutionnaire” (A Solidariedade Revolucionária) foi um órgão de propaganda bakuninista criado em junho de 1873 (há 150 anos atrás!) e editado em Barcelona por refugiados franceses da guerra franco-prussiana de 1870-1871. Os seus lemas eram “Anarquia – Coletivismo – Materialismo”, assim como “Nem direitos sem deveres, nem deveres sem direitos”, expostos em seu cabeçalho.”
Para mais informações: https://oamigodopovo.noblogs.org/post/2023/06/02/traducao-jornadas-de-junho-1848/
O Estado
Matéria do jornal La Solidarite Révolutionnaire, nº 4, Barcelona, 1º de julho de 1873.
A sociedade atual é fundada sobre relações desiguais entre os homens que a compõe. Em outros termos, uma parte de seus membros – a minoria – recebe mais do que ela dá. Uma outra parte – a maioria – dá mais do que ela recebe.
Mas como um tal estado de coisas não pode durar por conta própria, como cedo ou tarde a maioria deverá deixar de ser enganada e expropriar em razão da utilidade pública a minoria do leão que havia se feito. Este último teve que pedir a um terceiro a força que lhe faltava e os meios de resistência, isto é, a opressão que ela não encontrava em si mesma.
Esse terceiro é o governo ou o Estado, desnecessário em uma Sociedade digna desse nome, onde a ordem material e moral resulta naturalmente da igual satisfação dos interesses, e cuja única missão é a conservação artificial do que é, ou seja, dos privilégios de uns e da exploração de outros, com o auxílio de um exército, de uma administração, de uma magistratura, de um clero e de um orçamento que cresce a cada ano.
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