Lições da Argentina: da vitória eleitoral da extrema-direita à mobilização operária e popular

Publicado no Jornal O Amigo do Povo, nº8, Fevereiro/Março/Abril de 2024.

No dia 24 de janeiro de 2024 os trabalhadores argentinos realizaram uma grande paralisação nacional contra a retirada de seus direitos, em especial contra o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) nº 70/2023 e contra o projeto de lei chamado “Lei Omnibus”. Ambos foram apresentados em dezembro de 2023, no início do governo do ultraliberal Javier Milei.

Milei busca uma maior liberdade de mercado e concentração de poderes do Estado, em benefício da grande burguesia e as custas do aumento da exploração econômica, pobreza e repressão das massas populares.

Os protestos desde dezembro do ano passado, e intensificados com a paralisação de 24 de janeiro, vem sendo duramente reprimidos, com presos e feridos. No entanto, já existe uma vitória parcial da pressão popular: o governo não conseguiu aprovar a “Lei Omnibus” no parlamento. A luta deve seguir!

Diferente do medo usado no Brasil pra paralisar os trabalhadores durante o governo Bolsonaro, e depois pra justificar as alianças espúrias entre a esquerda e a direita para “tirar Bolsonaro”, na Argentina os trabalhadores tem demonstrado que é possível lutar sob qualquer governo burguês.

A esquerda reformista argentina também quer diminuir a luta e subordina-la aos políticos. Seria um desastre, como foi no Brasil. O caminho para os povos na América Latina é: organização das bases, ação direta e reivindicações populares! ■

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